Esta semana nosso tema referente a Orientações para bem viver são as comparações.
Uma curiosidade que acompanha as comparações é que elas implicam ações/movimentos, mas na maioria das vezes tratam-se de ações que nos paralisam de seguir com nossas vidas e, inclusive, restringem modos de lidarmos com nossas possibilidades e experiências, na medida em que lado a lado com as comparações nos vamos sentindo menores, inferiores, incapazes, etc.
Quantas vezes já se comparou com algum conhecido, amigo, familiar ou figura pública?
A importância da pergunta não está na quantidade de vezes que você poderia enumerar, mas na naturalização como concebemos as comparações. Um gesto inocente e até mesmo divertido pode revelar uma insegurança, tocar numa fragilidade e não ser conforme com o ser humano que você é ou quer ser.
Ao ressaltar a temática das comparações para as experiências relacionais encontramos desafios concretos e que merecem nossa atenção.
Nosso par (companheiro/a) se relaciona connosco e nós com ele/ela, mas você já pensou se no crescimento desse laço, conjuntamente com as descobertas de semelhanças e diferenças, você ou ele/ela traz para esta relação um terceiro ou vários elementos comparativos?
Por exemplo, vocês combinam em assistir um filme e você está mais preocupada em saber se seu par já assistiu este filme com amigos dele/a ou com um ex-namorado/a? Seu investimento afetivo neste convite, e no relacionamento em si, ao invés de ser no seu namorado/a nas experiências que vocês viverão juntos, todos os investimentos (convites, sugestões, propostas, etc.) são diminuídos por uma curiosidade por conferir/analisar em que medida você e os amigos dele ou a/o ex-namorado são parecidas/os ou não.
Uma vez que as comparações atribuem ritmo a sua vida, gradativamente, situações como as referidas se tornam frequentes: você se esforça para conferir quais seriam os pontos fortes do ex-companheiro/a ou de alguém que seu atual companheiro/a apenas admira; você esquece de estar atenta/o a si, ao seu par e à relação que estão criando; o modo como você se sente no seu relacionamento deixa de ser prioridade; parecer ser feliz ou entusiasmados adquire uma importância para você superior a aproveitar os momentos em que estão juntos, etc. como se de uma competição se tratasse.
Diversas circunstâncias próximas a estas descritas surgem no contexto clínico psicológico. Na Equilíbrio & Harmonia Clínica Psicológica, nos dedicamos a cuidar de sua saúde emocional, pois compreendemos que comparações são situações caracterizadas por fragilidades e tentativas de proteger-se, revelando mecanismos por nós criados para sermos aceites e mantermos o controle. Tais situações podem chegar a proporções envolvendo sofrimento e limitação no modo como nos observamos e relacionamos.
Cuide de si, não naturalize as comparações, elas podem denunciar sofrimento, esgotamento emocional, insatisfação. As comparações não são inocentes como normalmente supomos, elas contribuem para de forma acentuada nos depreciarmos, perdermos a confiança em nós e nos sentirmos perdidos, como se perdêssemos nossa personalidade.
Desperte para o autoconhecimento.
Você é único/a, todos somos únicos, precisamos nos observar com gentileza e crítica construtiva. Cada relação é um encontro único, não perca a oportunidade de construir uma relação tranquila e feliz, na tentativa de comparar a sua atual relação com relações anteriores ou inclusive com os relacionamentos de outras pessoas.
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