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Foto do escritorDr. João Caldeira

Bem dormir: o que fazer quando a ansiedade nos desvia de dormir.

A persistência do estado de alerta na ocasião em que deveríamos estar a descansar traz dificuldades em nossas tentativas diárias de conquistar equilíbrio emocional.

O cuidado diário de hoje é para você que anseia bem dormir, mas não consegue.

Existem diversos motivos que podem desviar-nos de uma noite restauradora de sono, hoje elegemos abordar a relação estreita e conhecida de muitos de nós: bem dormir e ansiedade.

Esta reflexão é para você que já experimentou ou vem ensaiando consumir chás naturais, desligar-se atempadamente de aparelhos eletrônicos, criar uma rotina de exercícios de respiração e de meditação e, apesar dos esforços, não consegue adormecer ou acorda diversas vezes quando deveria estar a descansar.

É sabido que a privação de sono ocasiona alterações no metabolismo celular (emagrecer ou engordar), irritabilidade e flutuações de humor, problemas de concentração, entre outros sinais, contudo seja em vigília seja em nosso descanso sermos desviados do nosso sono é uma possibilidade concreta a quem experimenta ansiedade.

Nas experiências de ansiedade somos confrontados com nossos modos de agir para os quais não existem lógicas externas que consigam abrandar os pensamentos repetitivos de medo e de insegurança.

Em nossa clínica o compromisso de cuidar da pessoa que vivencia ansiedade com queixas diretas à qualidade de seu sono passa por no estado de vigília reconstruir com nosso paciente estratégias para que ele se relacione consigo e com aquilo que lhe provoca medo e insegurança.

As pressões sociais e pressões pessoais por agirmos de forma programada e antecipada não são simplesmente confrontações com as nossas possibilidades de existir. Não podemos naturalizar vivermos pressionados com sensações de estar sempre a correr (palavras, pensamentos e fisicamente), como se sob nossas cabeças existisse um peso enorme a pressionar-nos para baixo, nós na garganta que mais parece que estamos contendo frases, histórias e pedidos de ajuda de serem pronunciados.

Desnaturalizar estas pressões e outras, passa por identificá-las caso a caso, interessa-nos como você percebe o manifestar dos episódios de ansiedade, como você lida com estes episódios, o que costuma fazer para lidar com seus medos e seus anseios. Um segundo passo diz respeito a aceitar, orientado conjuntamente com o seu profissional de referência, que outros caminhos ainda não foram percorridos e que podem ser alternativas desde que sejam obedecidos propósitos coerentes connosco em pensamentos, ações e sentimentos.

Romper com aquilo ou com situações que nos desviam de nós exige autoconhecimento, desenvolvimento emocional e apropriação do nosso presente. Os cuidados psicológicos priorizam o que está sendo vivido e, a partir desta posição, investem em compreender o lugar deste humano desviado de si e entregue ao desespero de supor que pode controlar tudo e a todos.

Sono de qualidade não é resultante apenas de um equilíbrio biológico, nossa proposta de cuidado psicológico passa por considerar os modos de existir e como você vivencia seu dia a dia na compreensão da experiência patológica de ansiedade, nossa estratégia de intervenção volta-se a abordar especificamente aquilo que é enfrentado por você.



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